quinta-feira, 28 de março de 2013

Devocionais Sobre a Glória de Deus: #4 Como É Uma Vida Resgatada





terça-feira, 26 de março de 2013

O coração sem Cristo é idólatra por natureza




Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? 
Romanos 11:35

Nada temos para oferecer a Deus como moeda de troca, porque no final das contas tudo é de Deus! Tudo fora do Criador é criação, não temos nada a oferecer que já não seja dele! (Nem tampouco é servido por mãos de homens At 17.25), essa é a revelação da idolatria e orgulho que existe em nós, viver a vida cristã, trocando ou barganhando com Deus, “se eu fizer isso Deus me dará aquilo”, é fruto de um falso evangelho.

Deus não deve a mim ou a você, nós devemos a Ele, tudo que existe, deve existir para glória de Deus, a ideia de que Deus criou o homem porque precisa de companhia, é um ensino que sem dúvidas em alguma medida já escutamos, mas que não passa de uma heresia destruidora, Deus nunca se sentiu solitário, Ele não criou porque precisava, Ele sempre foi inteiramente autossuficiente nele mesmo, Pai, Filho e  Espírito Santo.

Ele criou simplesmente porque quis, por sua vontade livre e soberana, nós não temos o que lhe oferecer, tudo já é dele, mas Deus por amor de Seu nome, resolveu resgatar, separar e amar um povo, o Seu povo, a Bíblia descreve que Deus tem o desejo acima de qualquer outra coisa, na Sua própria glória.

Isso acaba com os ídolos e arrebenta corações orgulhosos, eu sei, já arrebentou o meu! Tudo que existe, não existe por nossa causa e para nós, existe por Deus e para Deus (Rm 11.36, Ez 20.5-9, Sl 106.8, Ex 14.4, Ef 1.3-6, Jo 12.17-18).

Toda forma de adoração que for atribuída com o máximo valor a alguém ou alguma coisa que não seja Deus, é idolatria.

Tudo que for um fim em si mesmo, não glorifica e não honra a Deus, como Ele deve ser adorado, a glória não pode terminar no dom em si ou em nosso prazer nele, mas sim naquele que concede o dom.

Queremos adorar alguma coisa, a adoração é uma reação nata, porque fomos feitos pelo próprio Deus, para sermos adoradores, mas aconteceu algo errado com a conexão, porque por causa do pecado, o homem muitas vezes troca a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível.

Se todas estas verdades das escrituras podem muitas vezes machucar o orgulho de alguns cristãos, imagino dos incrédulos, todavia, espero que seja exatamente isso que aconteça, que essas verdades sejam profundamente introduzidas em seus corações.

As escrituras nos mostram que realmente nossas bocas falam do que nosso coração esta cheio, e que não é o meio em que vivemos que corrompe o homem, mas sim o coração corrupto do homem que corrompe o resto, é de onde procedem as guerras e contendas que existem, o desejo pela honra, glória e poder. Sem Cristo, somos incapazes de enxergar profundamente o quanto carecemos de um salvador e um novo coração, o orgulho impede que nossos olhos contemplem a verdadeira beleza de Cristo, precisamos de um novo coração, regenerado pelo evangelho.


Em Cristo

Guinho

sexta-feira, 22 de março de 2013

Devocionais Sobre a Glória de Deus: #3 Jesus Veio Ao Mundo





terça-feira, 19 de março de 2013

Devocionais Sobre a Glória de Deus: #2 Nossa Falha Em Vivermos De Acordo





sexta-feira, 15 de março de 2013

O evangelho do mundo pós-moderno




Eu passei muito tempo de minha conversão, sem nunca imaginar de que se trataria coisas relacionadas a essas, como calvinismo ou então arminianismo, e muito menos exemplos históricos de homens cristãos ao longo de toda historia da igreja, tão pouco procurei entendê-los, estudar teologia para minha compreensão era algo que soava como perda de tempo e desnecessário, que: “a letra mata” e o importante realmente era a comunhão sem distinção, não importando como o ensino fosse redigido, sempre achei que o homem fosse a causa última de tudo, sempre tive como intenção seguir a Bíblia como regra de fé e prática, mas na integra pouco conhecia verdadeiramente dela, e tão pouco a tinha como fonte de instrução e reverência.

Bem, continuo com esta última regra, porque sei que realmente dela é o que deve permear a vida de um cristão, porém com grandes mudanças, vejo como quanto mais conheço da Palavra, mais dependente me torno, o tempo que dedicamos é como mostramos o que realmente temos de regozijo nela, não simplesmente transportá-la de um canto para outro. Tantos cristãos que amariam poder lê-la livremente, mas não podem em países perseguidos, coisas que a maioria dos crentes não imaginam, que cristãos morrem ainda nos dias atuais por causa dela.

Vejo agora como é importante aprender a história da igreja, porque os mesmos problemas, erros doutrinários e heresias que enfrentamos, são os mesmos que existiam na igreja primitiva, também aprendi que toda aquela teologia que achava desnecessária, é extremamente vital, porque em última instância todos que se debruçam a ler a Bíblia são teólogos em alguma medida, percebo que nunca realmente dei valor a reforma protestante, de que tudo isso que chegou até nós, veio de uma luta árdua em defesa da fé bíblica, e que apesar da comunhão ser importante, a verdade sempre foi colocada por primazia, e que as bandeiras da reforma dificilmente são conhecidas pelo evangélicos de hoje!

Os reformadores tinham este lema “Sola Scriptura”, com isso aprendi o que era essa palavra “Calvinismo”, tão mal interpretada por aqueles que não a conhecem, não, não sou discípulo de Calvino, e sim de Cristo, mas essa forma de estudo das doutrinas da graça, também vieram como forma de defesa em relação as distorções das Sagradas Escrituras, no Sínodo de Dort.¹

Então podemos chamar com o nome que acharmos mais conveniente ou apropriado, mas o calvinismo nada mais é, que dar o devido lugar a Deus, o lugar de soberano, sem dúvidas que existem muitos que usam o título como se fosse motivo de superioridade, mas faço coro com o Apóstolo Paulo em 1 Co.4, exaltar o lugar de Deus como sendo o todo poderoso, de modo algum exclui nossas responsabilidades, acredito que Deus preordenou todas as coisas porque a Bíblia me ensina isso, mas não acho que sejamos fantoches ou robôs, novamente como Apóstolo Paulo, trabalho, me esforço, evangelizo com todo afinco, mas sabendo que no fim, é Deus quem sustenta e convence (Fp 2:13).

Passei tanto tempo e nunca sequer havia escutado sobre todos atributos de Deus², valorizando mais a faceta do “amor” de Deus, mas esquecendo dos outros atributos, sim Deus ama, mas também é Santo, Justo e não pode conceber o pecado, entender qual é o significado da propiciação, que o homem está totalmente inclinado e morto para com o verdadeiro Deus, porque não quer e tão pouco pode amar a Deus, sem uma ação do Deus Espírito em nós.

Que Deus elege pecadores e os guarda. Onde está o problema nisso? O problema nisso está em reconhecermos que realmente não somos merecedores de nada, que não merecíamos mais que sua justa ira, por nossos pecados, que se todos fossemos condenados, ainda assim de maneira nenhuma seria uma injustiça, desta maneira conseguimos enxergar a bondade de Deus, em eleger pessoas para salvá-las, então por isso a eleição é perfeita.

O verdadeiro cristão não se acomoda, pelo contrário ele anseia a cada dia ser mais parecido com seu Salvador, sabendo que sem santidade³ não é possível ver ao Senhor, (Hb 12.14). Essas são verdades que todo cristão deve se deleitar.

Então tudo se resume a isso , um Deus livre, escolheu um povo pra Sua glória, Ele é soberano em tudo,mas o homem não deixa de ser responsável, e é essa questão que embora não se entenda, se aceita , como várias outras questões, Trindade, duas naturezas de Cristo, embora eu não compreenda, aceito porque vemos isso por toda Escritura.

Soli Deo Gloria

Guinho

Notas

1-Os Cânones de Dort-Ed Cultura Cristã
2-Os Atributos de Deus A.W.Pink, Pes Publicações
3-Santidade J.c Ryle Editora Fiel
4-Deus Soberano A.W.Pink-Ed.Fiel

quarta-feira, 13 de março de 2013

Devocionais Sobre a Glória de Deus: #1 Por Que Deus nos Criou





segunda-feira, 11 de março de 2013

Comentário de Calvino sobre 1 Timóteo 2:1-4




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Por João Calvino
"Portanto, exorto, antes de tudo, que se usem súplicas, orações, intercessões, ações de graças em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se encontram em posição de destaque, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. Isso é bom e aceitável aos olhos de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade."

1. Portanto, exorto, antes de tudo. Os exercícios religiosos que o apóstolo aqui ordena mantêm e fortalecem em nós o culto sincero e o temor de Deus, bem como nutrem a consciência íntegra de que falamos anteriormente. O termo, portanto, é então perfeitamente apropriado, visto que essas exortações se deduzem naturalmente do encargo que ele pusera sobre Timóteo.

Primeiramente, ele trata da oração pública e de sua regulamentação, a saber: que ela deve ser feita não só em favor dos crentes, mas em favor de todo o gênero humano. É possível que alguém argumente: “Por que devemos preocupar-nos com o bem-estar dos incrédulos, já que não mantêm nenhuma relação conosco? Não é suficiente que nós, que somos irmãos, oremos uns pelos outros e encomendemos a Deus toda a Igreja? Os estranhos não significam nada para nós”. Paulo se põe contra essa perversa perspectiva, e diz aos efésios que incluíssem em suas orações todos os homens, e não as restringissem somente ao corpo da Igreja.

Admito que não entendo plenamente a diferença entre os três ou quatro tipos de oração de que Paulo faz menção. É pueril a opinião expressa por Agostinho, a qual torce as palavras de Paulo para adequarem-se ao uso cerimonial de sua própria época. O ponto de vista mais simples é preferível, a saber: que súplicas são solicitações para sermos libertados do mal; orações são solicitações por algo que nos seja proveitoso; e intercessões são nossos lamentos postos diante de Deus em razão das injúrias que temos suportado. Eu mesmo, contudo, não entro em distinções sutis desse gênero; ao contrário, deduzo um tipo diferente de distinção. [Proseuche] é o termo grego geral para todo e qualquer tipo de oração; [deeseis] denota essas formas de oração nas quais se faz alguma solicitação específica. Portanto, essas duas palavras se relacionam como o gênero e a espécie. [Enteuxeois] é o termo usual de Paulo para as orações que oferecemos em favor uns dos outros, e o termo usado em latim é intercessiones, intercessões. Platão, contudo, em seu segundo diálogo intitulado, Albibíades, usa a palavra de forma diferenciada para denotar uma petição definida, expressa por uma pessoa em seu próprio favor. Em cada inscrição do livro, bem como em muitas passagens, ele mostra claramente que [proseuche] é, como eu já disse, um termo geral.

Todavia, para não nos determos desproporcionalmente por mais tempo numa questão que não é de grande relevância, Paulo, em minha opinião, está simplesmente dizendo que sempre que as orações públicas foram oferecidas, as petições e súplicas devem ser formuladas em favor de todos os homens, mesmo daqueles que presentemente não mantêm nenhum relacionamento conosco. O amontoado de termos não é supérfluo; pois ao meu ver Paulo, intencionalmente, junta esses três termos com o mesmo propósito, ou seja, com o fim de recomendar, com o maior empenho possível, e pedir com a máxima veemência, que se façam orações intensas e constantes.

Sobre o significado de ações de graças não há nada de obscuro, pois ele não só nos incita a orar a Deus pela salvação dos incrédulos, mas também a render graças por sua prosperidade e bem-estar. A portentosa benevolência que Deus nos demonstra dia a dia, ao fazer “seu sol nascer sobre bons e maus”, é digna de todo o nosso louvor; e o amor devido ao nosso próximo deve estender-se aos que dele são indignos.

2. Em favor dos reis. Ele faz expressa menção dos reis e de outros magistrados porque os cristãos têm muito mais razão de odiá-los do que todos os demais. Todos os magistrados daquele tempo eram ajuramentados inimigos de Cristo, de modo que se poderia concluir que eles não deviam orar em favor de pessoas que viviam devotando toda a sua energia e riquezas em oposição ao reino de Cristo, enquanto que, para os cristãos, a extensão desse reino, e de todas as coisas, é a mais desejável. O apóstolo resolve essa dificuldade e expressamente ordena que orações sejam oferecidas em favor deles. A depravação humana não é razão para não se ter em alto apreço as instituições divinas no mundo. Portanto, visto que Deus designou magistrados e príncipes para a preservação do gênero humano, e por mais que fracassem na execução da designação divina, não devemos, por tal motivo, cessar de ter prazer naquilo que pertence a Deus e desejar que seja preservado. Eis a razão por que os crentes, em qualquer país em que vivam, devem não só obedecer às leis e ao comando dos magistrados, mas também, em suas orações, devem defender seu bem-estar diante de Deus. Disse Jeremias aos israelitas: “Orai pela paz de Babilônia, porque, em sua paz, tereis paz” (Jeremias 29:7). Eis o ensino universal da Escritura: que aspiremos o estado contínuo e pacífico das autoridades deste mundo, pois elas foram ordenadas por Deus.

Para que vivamos vida tranquila e mansa. Ele acrescenta mais uma persuasão, ao mostrar como isso será proveitoso a nós próprios e ao enumerar as vantagens geradas por um governo bem regulamentado. A primeira é uma vida tranquila, porquanto os magistrados se encontram bem armados com espada para a manutenção da paz. A menos que restrinjam o atrevimento dos homens perversos, o mundo inteiro se encherá de ladrões e assassinos. Portanto, a forma correta de conservar a paz consiste em que a cada pessoa seja dado o que é propriamente seu, e que a violência dos poderosos seja refreada. A segunda vantagem consiste na preservação da piedade, ou seja, quando os magistrados se diligenciam em promover a religião, em manter o culto divino e requerer reverência pelas coisas sacras. A terceira vantagem consiste na preocupação pela seriedade pública: pois o benefício advindo dos magistrados consiste em que impeçam os homens de se entregarem a impurezas bestiais ou a vergonha devassidão, bem como a preservar a modéstia e a moderação. Se esses três requisitos foram suprimidos, que gênero de vida será deixado à sociedade humana? Portanto, se porventura nos preocupamos com a tranqüilidade pública, com a piedade ou com a decência, lembremo-nos de que o nosso dever é diligenciarmo-nos em favor daqueles por cuja instrumentalidade obtemos tão relevantes benefícios.

Disso concluímos que os fanáticos que lutam pela supressão dos magistrados são privados de toda humanidade e promovem unicamente o barbarismo impiedoso. Que grande diferença há entre Paulo que declara que, por amor à preservação da justiça e da decência, bem como da promoção da religião, devemos orar em favor dos reis, e aqueles que dizem que não só o poder real, mas também todo e qualquer governo, são contrários à religião. O que Paulo afirma tem o Espírito Santo como Autor; conseqüentemente, o conceito dos fanáticos não tem outro autor senão o diabo.

Se porventura suscitar-se a pergunta se devemos ou não orar em favor dos reis de cujo governo não recebemos tais benefícios, minha resposta é que devemos orar por eles, sim, para que, sob as diretrizes do Espírito Santo, comecem a conceder-nos essas bênçãos, com as quais até agora não foram capazes de prover-nos. Portanto, devemos não só orar por aqueles que já são dignos, mas também pedir a Deus que converta os maus em bons governantes. Devemos manter sempre este princípio: que os magistrados são designados por Deus para a proteção da religião, da paz e da decência públicas, precisamente como a terra foi ordenada para produzir o alimento. Por conseguinte, quando oramos pelo pão de cada dia, pedimos a Deus que faça a terra fértil, ministrando-lhe sua bênção, assim devemos considerar os magistrados como meios ordinários que Deus, em Sua providência, ordenou para conceder-nos as demais bênçãos. A isso deve-se acrescentar que, se somos privados daquelas bênçãos que Paulo atribui como dever dos magistrados no-las fornecer, a culpa é nossa. É a ira de Deus que faz com que os magistrados sejam inúteis, da mesma forma que faz com que a terra seja estéril. Portanto, devemos orar pela remoção dos castigos que nos sobrevêm em virtude de nossos pecados.

Em contrapartida, os magistrados e todos quantos desempenham algum ofício na magistratura são aqui lembrados de seu dever. Não basta que restrinjam a injustiça, dando a cada um o que é devidamente seu, e mantenham a paz, se não são igualmente zelosos em promover a religião e em regulamentar os costumes pelo uso de uma disciplina construtiva. A exortação de Davi, para que [os magistrados] “beijem o Filho” [Salmo 2:12, e a profecia de Isaías, para que sejam pais da Igreja, é de grande relevância. Portanto, não terão motivo para se congratularem, caso negligenciem sua assistência na manutenção do culto divino.

3. Isso é bom e aceitável. Havendo demonstrado que o mandamento que ele promulgara é excelente, agora apela para um argumento mais enérgico, a saber: que é agradável a Deus. Pois quando sabemos que essa é a vontade, cumpri-la é a melhor que todas as demais razões. Pelo termo, “bom”, ele tem em mente o que é certo e lícito; e, visto que a vontade de Deus é a regra pela qual devemos regulamentar todos os nossos deveres, ele prova que ela é justa, porque é aceitável a Deus.

Esta passagem merece detida atenção, pois dela podemos extrair o princípio geral de que a única norma genuína para agir bem e com propriedade é acatar a e esperar na vontade de Deus, e não empreender nada senão aquilo que ele aprova. E essa é também a regra da oração piedosa, a saber: que tomemos a Deus por nosso Líder, de modo que todas as nossas orações sejam regulamentadas por Sua vontade e comando. Se essa regra não houvera sido suprimida, as orações dos papistas, hoje, não seriam tão saturadas de corrupções. Pois, como poderão provar que detêm a autoridade divina para se dedicarem à intercessão dos santos falecidos, ou eles mesmos praticarem a intercessão em favor dos mortos? Em suma, em toda a sua forma de orar, o que poderão apresentar que seja do agrado de Deus?

4. Daqui se deduz uma confirmação do segundo argumento, o fato de que Deus deseja que todos os homens sejam salvos. Pois, que seria mais razoável do que todas as nossas orações se conformarem a este decreto divino? Concluindo, ele demonstra que Deus tem no coração a salvação de todos os homens, porquanto Ele chama a todos os homens para o conhecimento de Sua verdade. Este é um argumento que parte de um efeito observado em direção à sua causa. Pois se “o evangelho é o poder de Deus par a salvação de todo aquele que crê [Romanos 1:16], então é justo que todos aqueles a quem o evangelho é proclamado sejam convidados a nutrir a esperança da vida eterna. Em suma, visto que a vocação [do evangelho] é uma prova concreta da eleição secreta, então Deus admite à posse da salvação aqueles a quem Ele concedeu a bênção de participarem de Seu evangelho, já que o evangelho nos revela a justiça de Deus que garante o ingresso na vida.

À luz desse fato, fica em evidência a pueril ilusão daqueles que creem que esta passagem contradiz a predestinação. Argumentam: “Se Deus quer que todos os homens, sem distinção alguma, sejam salvos, então não pode ser verdade que, mediante Seu eterno conselho, alguns hajam sido predestinados para a salvação e outros, para a perdição”. Poderia haver alguma base para tal argumento, se nesta passagem Paulo estivesse preocupado com indivíduos; e mesmo que assim fosse, ainda teríamos uma boa resposta. Porque, ainda que a vontade de Deus não deva ser julgada à luz de Seus decretos secretos, quando Ele no-los revela por meio de sinais externos, contudo não significa que ele não haja determinado secretamente, em Seu íntimo, o que se propõe fazer com cada pessoa individualmente.

Mas não acrescentarei a este tema nada mais, visto o assunto não ser relevante ao presente contexto, pois a intenção do apóstolo, aqui, é simplesmente dizer que nenhuma nação da terra e nenhuma classe social são excluídas da salvação, visto que Deus quer oferecer o evangelho a todos sem exceção. Visto que a pregação do evangelho traz vida, o apóstolo corretamente conclui que Deus considera a todos os homens como sendo igualmente dignos de participar da salvação. Ele, porém, está falando de classes, e não de indivíduos; e sua única preocupação é incluir em seu número príncipes e nações estrangeiros. Que a vontade de Deus é que eles também participem do ensinamento do evangelho é por demais óbvio à luz das passagens já citadas e de outras afins. Não é sem razão que se disse: “Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por tua possessão” [Salmo 2:8]. A intenção de Paulo era mostrar que devemos ter em consideração, não que tipo de homens são os príncipes, mas, antes, o que Deus queria o que fossem. Há um dever de amor que se preocupa com a salvação de todos aqueles a quem Deus estende Seu chamamento e testifica acerca desse amor através de orações piedosas.

É nessa mesma conexão que ele chama Deus nosso Salvador, pois de qual fonte obtemos a salvação senão da imerecida munificência divina? O mesmo Deus que já nos conduziu à Sua salvação pode, ao mesmo tempo, estender a mesma graça também a eles. Aquele que já nos atraiu a si pode uni-los também a nós. O apóstolo considera como um argumento indiscutível o fato de Deus agir assim entre todas as classes e todas as nações, porque isso foi predito pelos profetas.

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Fonte: CALVINO, João. Pastorais. Trad. Valter Graciano Martins. 1ed. São Paulo: PARACLETOS Ed., 1998. 379p.; pp. 54-61.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Uma Admoestação a Jovens que Abraçam a Cultura





terça-feira, 5 de março de 2013

Conflito do Peregrino Com a Preguiça





sexta-feira, 1 de março de 2013

As Crianças