segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Desigrejados? Mas, por qual motivo?




Existe uma diferença fundamental entre pessoas que se denominam cristãos e não estão inseridos em uma igreja local.

Já fiz parte do grupo que não frequenta nenhuma denominação e conheci muitos que estavam, ou ainda estão nessa situação. Dentro da pequena experiência que tenho posso destacar ao menos dois grandes motivos para justificar essa situação:

1) Os que buscam ministérios fiéis as Escrituras Sagradas.

Infelizmente temos hoje muito poucos ministérios, principalmente no sul do brasil, reformados ou fundamentalistas. Evidentemente não digo que existam lugares perfeitos, sem defeitos, sem falhas, espero ao menos que exista um desejo das pessoas que estão na frente desse ministério em buscar constantemente, em humildade, a fidelidade a Palavra de Deus.

Algumas pessoas que acabam saindo de suas denominações tamanha a distorção nos ensinos praticados, principalmente por igrejas neo pentecostais. Diria ser impossível um crente fiel se manter nesses lugares. Se tornando inevitável a busca por outras igrejas, e, em último caso a busca individual, em estudo e oração até que Deus venha a agir e encaminhar para algum ministério fiel às Escrituras.

2) Os que buscam um modelo ideal

Dou glórias a Deus pelo grupo citado acima, apesar de todas as dificuldades, a busca é em fazer a vontade de Deus. Em contrapartida existe um outro grupo que sai de igreja após igreja apenas buscando um modelo.

Esse grupo busca um lugar agradável, de preferência sem nenhum compromisso, onde possam se sentir confortáveis em ir quando bem entenderem, e não sofrerem por isso nenhum tipo de desconforto.

A igreja é um lugar para, quando possível, escutar alguma ministração, desde que essa não me cause nenhum desconforto em relação a minha vida, aos meus pecados e meu estilo de “cristianismo”. Desejam frequentar a igreja toda vez que a sua agenda assim permitir, e essa agenda é bem movimentada, principalmente aos domingos.

Querem desfrutar da liberdade que Cristo nos deu, sem nenhuma responsabilidade com nada além de si mesmos.

O modelo buscado é o que eles acham por ser o mais correto, moldado aos seus próprios estilos de vida. Não buscam o modelo bíblico, não buscam a fidelidade. Buscam o que é melhor para eles.


Fica a minha oração para o primeiro grupo, desejo que não desanimem e que se mantenham confiantes, pois Deus te encaminhará para um lugar fiel as Escrituras, assim como fez na minha vida.

E quanto ao segundo grupo, oro para que Deus abra os seus olhos, tire as escamas que impedem de enxergar, assim como fez com Paulo, e a partir desse encontro como nosso Senhor Jesus Cristo sua vida seja transformada.

Em Cristo.

Fernando Di Domenico

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Você Pergunta... A Bíblia Responde #15




SE A SALVAÇÃO, DEPENDE UNICAMENTE DE DEUS...PQ A MORTE DE CRUZ?

Encare a morte de cruz como um ato judicial de Deus para seu povo. O homem rejeitou a Deus, está em rebelião, culpado e condenado. Um homem não pode pagar a pena de condenação de outro homem pois toda a raça humana está condenada[1].

Apenas alguém que represente tanto Deus quanto a humanidade pode resolver essa equação, foi então que Deus enviou seu filho Unigênito, Jesus Cristo, totalmente homem e totalmente Deus, somente Ele pode representar Deus, pois Ele é Deus (Jo 4:26), e somente Ele pode representar a raça humana, pois é totalmente homem[2].

Dentro de sua humanidade Jesus não tinha um único delito sequer contra Deus, por isso, o seu sacrifício foi totalmente suficiente para aplacar a ira de Deus contra aqueles que o aceitam como Senhor e Salvador em suas vidas, e totalmente suficiente para pagar a nossa, impagável, dívida de pecado.

Deus olha para nós agora e vê a obra redentora de Jesus Cristo naquela cruz, é isso que nos garante livre acesso à Ele, e isso é o que nos garante o perdão divino.

Por conta disso a salvação foi uma obra inteiramente da graça divina de Deus, que interviu na história e concedeu perdão aos pecados da humanidade através da morte na cruz do seu Filho Unigênito, Jesus Cristo.

Obra redentora é o que significa a morte na cruz, o próprio Deus vindo para levar o pecado do homem cometido contra Si.


Leia mais sobre a obra de Cristo e a sua morte na cruz:



1 – Leia sobre a doutrina da depravação total aqui: http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=295


domingo, 15 de setembro de 2013

Você Pergunta...A Bíblia Responde #14







Eu gostaria de saber se Deus/Jesus Cristo ainda castiga pessoas atualmente e se ele fecha os caminhos da vida de alguém, porque eu percebi que de um tempo pra cá nada dar certo em minha vida, estou num beco sem saída, não encontro um bom emprego no qual eu não fique apenas alguns dias trabalhando e depois seja colocado pra fora ou um amor que não parece em minha vida, vivendo muito sozinho, ou meu 
relacionamento com minha família que não anda bem, o que anda acontecendo comigo? Posso chamar isso de provações divinas para comigo ? Ou eu estou errado ? 

Antes de responder, me sinto inclinado a dizer-lhe que cada situação é muito especifica, podendo ter várias outras razões, como seu caso, então descreverei o que a Bíblia fala sobre estes assuntos: 

Vou o destacar o que a Bíblia fala sobre o tratamento de Deus para com seus filhos. De fato Deus tem um cuidado especial com seus filhos (Rm8.14 ;1 Jo5.2) e se tratando de seus filhos, a palavra disciplina, certamente é apropriada. 

Assim como um pai amoroso quer ensinar a seus filhos o caminho certo, assim Deus também faz com nós,(Hb 12,7-8), então olhando desta maneira a disciplina é motivo de alegria, porque comprova que somos filhos de fato. 

Lembro-lhe o fato de Davi, levantado para ser rei por Deus, foi duramente perseguido por Saul e até mesmo por seu próprio filho Absalão, e mesmo inocente em muitos casos, ele continuava passando por duras provas, e aonde ele derramava suas suplicas, petições, angústias? Aos pés de Deus, o único capaz de fazer diferença, e ele tinha plena confiança nisso, por uma boa parte do livro de Salmos ele faz isso (o qual sugiro a leitura). 

Deus muitas vezes usou de provações para com ele, para edificar o seu caráter e de que sua confiança fosse somente em Deus. 

Então se tratando dos filhos de Deus, os crentes em Cristo, as provações não são muitas vezes castigos como podemos pensar, mas sim edificações do caráter, ou seja , Deus prova, nos refinando a cada dia mais (1 Pe 4.12), nos moldando para semelhança do caráter de seu filho, Jesus, então as provas de Deus são sempre visando o bem para seus filhos, para moldar o caráter. 

Para nós, crentes no Senhor Jesus, devemos nos lembrar: "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito".Romanos 8:28 

A meta em nossas  vidas deve ser nos tornarmos mais parecidos com Cristo, pensando assim, no livro de Tiago, no NT, ele incentiva a pedirmos por sabedoria, que Deus está disposto a dar (Tg 1.5), para que possamos passar por tribulações de maneira que o glorifique, e o grande diferenciador do crente é o seguinte: Se orarmos pedindo, não para nossos prazeres (Tg 4.3), em oração, humildes, dependentes, desejosos de uma real comunhão com Deus através de Cristo, Deus dá Graça muito maior do que os problemas que passamos (Tg 4.6). 

Nunca de fato saberemos o preço pago por Cristo por nós naquela cruz, isso deve ser motivo de tremenda alegria, com a esperança de uma herança incorruptível (1 Pe1.4). 

Somente assim teremos convicção do porque passamos por provações, e aonde deve estar nossos olhos nesse momento, somente em Cristo, isso fará toda a diferença. São nos momentos de maior dificuldade que podemos confiar e demonstrar que somos crentes de verdade, depositando nossa confiança em Cristo e vivendo para que Deus seja glorificado através de nossas atitudes e vida (1 Co:10.31). 

Em Cristo 




segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Qual o tamanho do seu Deus?




Podemos perceber que para a maioria das pessoas, o deus crido, é um deus bem diferente do Deus das Escrituras, está mais para um deus ao estilo do filme "Fúria de Titãs", onde os "deuses" dependiam das orações dos homens para que seu poder continuasse ativo, e que dependem de um "semi- deus" Perseu, como seu salvador...


Então a discrepância entre esses deuses mitológicos, e o nosso Deus, que nos dá sua força, nos cuida e nos direciona, "aos seus amados dá enquanto dormem",  e que o nosso Salvador é o próprio Deus, o Senhor Jesus, totalmente homem e totalmente Deus, capaz de se compadecer e capaz de perdoar, porque somente Deus pode perdoar. Esse é o meu Rei, Todo poderoso, Soberano, Justo e Amoroso.

É um regozijo poder confiar no próprio Deus, todo poderoso, que não depende de sua criação, pelo contrário, nós dependemos totalmente dele. Ele é quem através de Sua providência direciona todas as coisas segundo o beneplácito de Sua vontade!


Glórias a Deus.

Guinho




quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Você Pergunta... A Bíblia Responde #13




É verdade que a lei de Deus também foi feita para os que não acreditam Nele?
Sim, a Lei de Deus foi feita para todos. Somos criaturas de Deus, então, todos estamos sujeitos às Leis do nosso Criador. Uma pessoa pode não acreditar em Deus, mas isso não quer dizer que Deus não exista e que isso exima a pessoa das consequências da Lei de Deus.

Existem as Leis escritas para o Povo de Deus, que orientam o nosso proceder para nos relacionarmos com Ele e para que encontremos o caminho para a salvação na pessoa de Jesus Cristo, leis essas que são as encontradas na Bíblia; existe uma chamada “Lei moral”, ideia muito defendida pelo escritor C S Lewis, que trata da moralidade que existe em cada ser humano, uma noção do certo e errado; e ainda, existem leis físicas, como por exemplo a lei da gravidade, onde o homem não possui a opção de rejeitá-la.

A diferença está em como nos relacionamos com essas Leis. No Salmo 1 existe um belo paralelo entre o ímpio e o que teme a Deus.

Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.
Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.
Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.
Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.
Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá.” Salmos 1:1-6

O cristão tem prazer na Lei do Senhor, nessa lei ele medita de dia e de noite. Enquanto o ímpio, anda segundo os conselhos de outros ímpios, ou seja, tentam fazer suas próprias leis, e esse caminho perecerá.

Um grande pregador chamado Jonathan Edwards em um sermão pregado em 08 de julho de 1741 nos EUA disse o seguinte acerca do ímpio, e que define muito bem sua dúvida:

Os ímpios já estão debaixo da sentença de condenaçãoao inferno. Eles não só merecem ser lançados ali, mas a sentença da lei de Deus, esse preceito de eterna e imutável retidão que o Senhor estabeleceu entre si mesmo e a humanidade, também se coloca contra eles, e assim os mantém. Portanto, tais homens já estão destinados ao inferno. "...o que não crê já está julgado." (Jo 3.18). Assim, todo impenitente pertence, verdadeiramente, ao inferno. Ali é o seu lugar, ele é de lá, como temos em João 8.23: "vós sois cá debaixo" e para lá é destinado. Este é o lugar que a justiçam, a Palavra de Deus e a sentença de sua lei imutável reservam para ele.”[1]

Outro bom texto sobre o assunto está em Romanos:

Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.
Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;
Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;
No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.” Romanos 2:12-16


1 - Leis mais sobre o sermão de Jonathan Edwards: http://www.monergismo.com/textos/advertencias/pecadores_maos_deus_irado.htm


terça-feira, 3 de setembro de 2013

A fé e a razão podem coexistir?



A grande maioria das pessoas tem em suas mentes as perguntas:

De onde viemos, como tudo começou, para onde iremos, qual o sentido da vida?

Mesmo que em sua arrasadora maioria, vivam suas vidas sem se importar muito com isso, a fé cristã muitas vezes é atacada como sendo irracional, mitológica e até mesmo como faz de conta.

Existe uma área dentro do ramo da teologia, chamada apologética, que cuida quanto aos ataques externos e ataques internos, e como a fé cristã é detentora da verdade absoluta, proveniente do próprio Deus, isso não é coisa nova diga-se de passagem, porque desde o tempo dos Apóstolos até nossos dias, as questões levantadas sempre são as mesmas, o inimigo é o mesmo porém com roupa nova!

Os pontos a serem levantados em defesa da fé, dizem respeito a vários argumentos lógicos racionais, sobre a coerência da fé cristã, ela é uma fé racional, embora para isso, não estejamos negando as questões sobrenaturais, mas sim dizendo que a fé cristã é totalmente coerente e racional.

Dentre as coisas mais comuns em que a fé cristã recebe como ataque, estão:

1- A Bíblia recebeu muitos acréscimos ao longo dos tempos, então por isso não pode ser considerada verdadeira.

2- Como pode se dizer que o cristianismo é uma religião boa, se ao longo dos tempos houve tanto derramamento de sangue, por parte das cruzadas, e comprovadamente foram feitas muitas atrocidades em nome da fé?

No campo apologético, existem vários tipo de argumentos em relação aos ataques e argumentações por parte tanto de ateus, quanto de pessoas que não professam a Cristo como Senhor.

Mas primariamente poderíamos citar sem medo e firmado em provas racionais, que a grande maioria dos ataques não se sustentam logicamente, por suas diversas falhas de argumentação, a isso se dá o nome de falácias, nos dois casos citados acima, são exemplos clássicos disso:

1- Como posso fazer uma afirmação em cima de uma coisa que não é verdadeira, se não tenho recurso para dizer isso? Ou seja, para levantar uma caracterização sobre algo que seja falso, necessariamente é preciso ter acesso a comparação do verdadeiro, caso contrário, essa é uma afirmação ilógica, porque sua conclusão parte da premissa de sua opinião própria.

2- Este é outro caso típico de uma falácia “Ad hominem”, onde a conclusão é dependente da falsa premissa de que o cristianismo é ruim pelas ações de algumas pessoas, porém isso é totalmente tendencioso, da mesma maneira poderia ser dado muitos exemplos bons a respeito do cristianismo, então o que se segue é que o fato de algumas pessoas usarem de violência ou difamação ao longo dos tempos, não comprova que o cristianismo em si é ruim. 

A verdade de uma posição, independe de caráter daqueles que a sustentam.

Para a defesa da fé cristã a respeito dos ataques da existência de Deus, existem vários argumentos que podem ser usados, os mais conhecidos: Cosmológico, teleológico, ontológico e moral.

Cada um destes argumentos explica satisfatoriamente e racionalmente os pontos debatidos por todos os tipo de ateístas, por cada argumento ser bastante desenvolvido, explanarei de maneira simples, dando um pouco mais de enfase ao aspecto moral, que sem duvidas é um dos mais fortes.

Argumento cosmológico¹:

- Tudo que existe tem uma causa,
- O universo existe, logo, ele tem uma causa
- A causa do universo é Deus.

Basicamente o argumento levantado contrário a esse argumento é facilmente refutado.
1-Se tudo que existe tem uma causa, logo Deus existe e tem que ter tido uma causa.

Refutação:
A diferença é que Deus existe necessariamente, ou seja, Ele existe por si só, ele é auto-existente. Para ser o causador de alguma coisa, sem ser causado, esse Ser não poderia ser matéria e nem se prender ao tempo.

Esse Deus é imaterial, atemporal e a criação vem dele, mas Ele não é dependente da criação.

Argumento teleológico:

Todas as coisas que podemos observar no universo indicam que elas tem um propósito, ou seja, quando estamos passeando na rua e encontramos um relógio no chão, não pensamos que este relógio surgiu aleatoriamente, pelo contrário, que ele teve um propósito, um designer, sendo assim, o mesmo se aplica ao universo. Todas as características que se percebem nos animais, no cérebro humano, entre tantas outras, claramente indicam a existência de um design que minunciosamente projetou todas as coisas, um projetista.

Claramente, toda forma de vida na história da Terra tem sido altamente complexa. Um único fio de DNA equivale a um volume da Enciclopédia Britânica. O cérebro humano tem cerca de 10 bilhões de gigabytes de capacidade. Além das coisas viventes aqui na Terra, todo o universo parece ter sido projetado para a vida. Literalmente centenas de condições são necessárias para a vida na Terra. Tudo, da densidade de massa do universo à atividade sísmica, deve ser ajustado para que a vida possa existir².

A chance de todas estas coisas aleatoriamente acontecendo é literalmente impossível. A probabilidade contra isso acontecer é muitas ordens de magnitude maior do que o número de partículas atômicas em todo o universo! Com um projeto tão impressionante, é difícil acreditar que somos simplesmente um acidente. Na verdade, a recente conversão do famoso ateu e filósofo Antony Flew ao teísmo foi baseada em grande parte neste argumento. Além de demonstrar a existência de Deus, o argumento teleológico expõe falhas na teoria da evolução. Porque é necessária transmissão de código genético para seus semelhantes, mais uma vez este fato não acontece aleatoriamente.

Argumento ontológico:

O argumento ontológico, não é baseado na observação do mundo (como o cosmológico e o teleológico), mas na razão. Ele começa com a definição de Deus como “do que este não pode ser concebido alguém maior”. Argumenta-se então que existir é maior do que não existir, logo o maior ser que pode ser concebido tem que existir. Se Deus não existisse então Deus não seria o maior ser que pode ser concebido – mas isso iria contradizer a própria definição de Deus.

Argumento moral:

O argumento moral é sem dúvidas, o calcanhar de aquiles de todas as cosmovisões, é necessário que Deus exista para que existam leis morais.

Isso é diferente de acreditar em Deus, estamos falando na necessidade da existência de Deus. Sem Deus tudo é válido e permissível, mas ninguém vive desta forma. Se existem valores, é obrigatório que Deus exista, mesmo que se fale que não há regras, ninguém consegue viver desta maneira, porque como podemos definir o valor moral (bom, mau), dever moral (certo e errado)?

Deus é a expressão máxima do valor moral, sua natureza é a expressão da própria bondade, todas as pessoas tem características morais impregnadas em suas vidas,  todos as culturas ao longo da história tem mostrado alguma forma de lei, todos sabem o quanto errado é matar, roubar, agir de forma imoral, é necessário existir um Deus Santo com um padrão de moral absoluto de onde derivam estas leis.

Geralmente as propostas em defesa contrária ao padrão absoluto de moralidade, é de que a verdade sobre a moralidade é relativa,  porque são  padrões morais  recebidos ao longo do tempo pelas mudanças da sociedade. 

Novamente é usada uma “falácia genética”, a ideia de que a crença da moralidade tem sua origem ao longo dos costumes da sociedade, todavia não é porque uma sociedade aprova algo, que isso seja de fato certo, em casos onde a prática de estupro poderia ser considerada como correta perante tal sociedade, certamente que a vítima não tem a mesma opinião.

O tipo de argumento sobre a verdade da moralidade ser relativa é um tipo de argumento auto destrutivo, porque se a verdade sobre a moralidade é relativa, então esta opinião sobre isso também não pode ser tida como absoluta.

È necessário que Deus exista para que os padrões morais absolutos existam, sabendo que a definição de que Deus existe, que Ele é o criador, como saber qual é o verdadeiro dentre tantas religiões?

Sabemos que a Bíblia nos demonstra que Deus se revelou através da sua criação,  e a revelação especial de Deus, mas neste caso poderíamos dizer o seguinte, a criação tem algumas características, e podemos ver qual Deus se encaixa dentro das perspectivas da criação, assim como um artista deixa rastros em sua obra, Deus também deixa na criação, de todos os “ditos” deuses, qual se encaixa melhor na característica da criação?

1-Marcas na criação:

A grande parte das coisas que relacionamos na criação são dividas em 3 x 1: Tempo(P-P-F), Espaço (A-L-P), Matéria (P-N-E), Estados materiais (S-L-G), Célula (Dna-Rna-Proteínas), etc...Essas características trazem a realidade de que o criador deve ter esses requisitos, que são destacados em sua obra, e somente a Bíblia descreve esse Deus 3 x 1, então é fato que o Deus da Bíblia é o criador.

Percebemos claramente que fomos criados com intenção, não meramente ao acaso, possuímos várias características definidas e que mostram a intenção de uma mente superior (Deus), ou seja, alguns argumentos filosóficos trazem a luz, a necessidade de um padrão supremo para que possamos ter bases como as que temos para:

1- Argumento teleológico (coisas completas e perfeitas).
2- Argumento estético (Beleza e verdade).
3- Argumento volitivo (escolha e vontade).
4- Argumento moral (Certo e errado).
5- Argumento cosmológico (causa e efeito).

Podemos nos basear em duas afirmações fundamentais:


1- O mundo foi criado (O universo e a vida não surgiram espontâneamente).

2- Deus criou o mundo (Deus da Bíblia é o verdadeiro criador).

Os cristãos, devem estar preparados para falar o motivo de sua fé, sabendo que o cristianismo é totalmente defensável racionalmente, mas ainda assim, saber que a Bíblia é a palavra de Deus, e que o homem, apesar de todos os argumentos lógicos e filosóficos, permanece morto em seus delitos e pecados e cego para a verdade, a não ser que o Espírito Santo desvende seus olhos, todavia, devemos estar prontos para demonstrar que a fé  cristã, não é desprovida de racionalidade, ou seja, crer também é pensar.

Em Cristo

Guinho






fontes:
1- Em guarda- Wilian Lane Craig
2- www.gotquestions.org,br  

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O que é a "liberdade no Espírito"?



Um dos argumentos mais usados para se justificar coisas estranhas que acontecem nos cultos evangélicos neopentecostais é a declaração de Paulo em 2Coríntios 3:17:

Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

O raciocínio vai mais ou menos assim: quando o Espírito de Deus está agindo num culto, Ele impele os adoradores a fazerem coisas que aos homens podem parecer estranhas, mas que são coisas do Espírito. Se há um mover do Espírito no culto, as pessoas têm liberdade para fazer o que sentirem vontade, já que estão sendo movidas por Ele, não importa quão estranhas estas coisas possam parecer. E não se deve questionar estas coisas, mesmo sendo diferentes e estranhas. Não há regras, não há limites, somente liberdade quando o Espírito se move no culto.

Assim, um culto onde as coisas ocorrem normalmente, onde as pessoas não saltam, não pulam, não dançam, não tremem e nem caem no chão, este é um culto frio, amarrado, sem vida. O argumento prossegue mais ou menos assim: o Espírito é soberano e livre, Ele se move como o vento, de forma misteriosa. Não devemos questionar o mover do Espírito, quando Ele nos impele a dançar, pular, saltar, cair, tremer, durante o culto. Tudo é válido se o Espírito está presente.

Bom, tem algumas coisas nestes argumentos com as quais concordo. De fato, o Espírito de Deus é soberano. Ele não costuma pedir nossa permissão para fazer as coisas que deseja fazer. Também é fato que Ele está presente quando o povo de Deus se reúne para servir a Deus em verdade. Concordo também que no passado, quando o Espírito de Deus agiu em determinadas situações, a princípio tudo parecia estranho. Por exemplo, quando Ele guiou Pedro a ir à casa do pagão Cornélio (Atos 10 e 11). Pedro deve ter estranhado bastante aquela visão do lençol, mas acabou obedecendo. Ao final, percebeu-se que a estranheza de Pedro se devia ao fato que ele não havia entendido as Escrituras, que os gentios também seriam aceitos na Igreja.

Mas, por outro lado, esse raciocínio tem vários pontos fracos, vulneráveis e indefensáveis. A começar pelo fato de que esta passagem, "onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2Cor 3:17) não tem absolutamente nada a ver com o culto. Paulo disse estas palavras se referindo à leitura do Antigo Testamento. Os judeus não conseguiam enxergar a Cristo no Antigo Testamento quando o liam aos sábados nas sinagogas pois o véu de Moisés estava sobre o coração e a mente deles (veja versículos 14-15). Estavam cegos. Quando porém um deles se convertia ao Senhor Jesus, o véu era retirado. Ele agora podia ler o Antigo Testamento sem o véu, em plena liberdade, livre dos impedimentos legalistas. Seu coração e sua mente agora estavam livres para ver a Cristo onde antes nada percebiam. É desta liberdade que Paulo está falando. É o Senhor, que é o Espírito, que abre os olhos da mente e do coração para que possamos entender as Escrituras.

A passagem, portanto, não tem absolutamente nada a ver com liberdade para fazermos o que sentirmos vontade no culto a Deus, em nome de um mover do Espírito.

E este, aliás, é outro ponto fraco do argumento, pensar que liberdade do Espírito é ausência de normas, regras e princípios. Para alguns, quanto mais estranho, diferente e inusitado, mais espiritual! Mas, não creio que é isto que a Bíblia ensina. Ela nos diz que o fruto do Espírito é domínio próprio (Gálatas 5:22-23). Ela ensina que o Espírito nos dá bom senso, equilíbrio e sabedoria (Isaías 11:2), sim, pois Ele é o Espírito de moderação (2Tim 1:7).

Além do uso errado da passagem, o argumento também parte do pressuposto que o Espírito de Deus age de maneira independente da Palavra que Ele mesmo inspirou e trouxe à existência, que é a Bíblia. O que eu quero dizer é que o Espírito não contradiz o que Ele já nos revelou em sua Palavra. Nela encontramos os elementos e as diretrizes do culto que agrada a Deus.
Liberdade no Espírito não significa liberdade para inventarmos maneiras novas de cultuá-lo. Sem dúvida, temos espaço para contextualizar as circunstâncias do culto, mas não para inventar elementos. Seria uma contradição do Espírito levar seu povo a adorar a Deus de forma contrária à Palavra que Ele mesmo inspirou.

Um culto espiritual é aquele onde a Palavra é pregada com fidelidade, onde os cânticos refletem as verdades da Bíblia e são entoados de coração, onde as orações são feitas em nome de Jesus por aquelas coisas lícitas que a Bíblia nos ensina a pedir, onde a Ceia e o batismo são celebrados de maneira digna. Um culto espiritual combina fervor com entendimento, alegria com solenidade, sentimento com racionalidade. Não vejo qualquer conexão na Bíblia entre o mover do Espírito e piruetas, coreografia, danças, gestos. A verdadeira liberdade do Espírito é aquela liberdade da escravidão da lei, do pecado, da condenação e da culpa. Quem quiser pular de alegria por isto, pule. Mas não me chame de frio, formal, engessado pelo fato de que manifesto a minha alegria simplesmente fechando meus olhos e agradecendo silenciosamente a Deus por ter tido misericórdia deste pecador. 
 
Augustus Nicodemus  Lopes

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2013/08/o-que-e-liberdade-no-espirito.html