sexta-feira, 30 de maio de 2014

Deus é Soberano e o Homem é Responsável





sexta-feira, 23 de maio de 2014

O que é a "partícula de Deus"?...A Bíblia Responde#39







O que significa a partícula de Deus e o que os cientistas e pesquisadores pretendem provar com essa descoberta?

A partícula de Deus é uma partícula elementar bosônica prevista pelo padrão de partículas, em outras palavras seria a partícula que gerou todas as outras, e que na teoria teria surgido logo após o Big Bang.

Uma comparação bem simples pode ser feita para se entender a função do bóson de Higgs no modelo padrão. Na biologia encontramos as células estaminais (conhecidas por células tronco). Elas possuem a capacidade de dividirem-se e diferenciarem-se em diversos tipos especializados de células.

Já na física de partículas, o bóson de Higgs teria uma função similar. Ele seria o progenitor das demais partículas. Resumidamente, ele seria a diversificação primária das outras partículas.

Os cientistas esperam poder responder as questões fundamentais da física, referentes às leis básicas que governam as interações e as forças das partículas elementares, incluindo a estrutura do tempo e do espaço, e especialmente a junção da mecânica quântica com a teoria da relatividade.

A pesquisa também irá revelar se o modelo padrão de partículas está correto ou não. Caso não esteja, um novo modelo deverá ser proposto.

É importante notar que não estamos dizendo que todas as partículas existentes no universo teriam vindo de um único bóson de Higgs, mas que, segundo a teoria, todas as partículas seriam provenientes de bósons de Higgs.

O bóson de Higgs, caso comprovado, não dará uma explicação sobre a origem da matéria, pois ainda não há uma teoria que explique como ele teria surgido e mesmo que encontrado na ajuda para entendermos mais ainda o universo a nosso redor, de fato não prova nem a teoria sobre o Big bang, e tão pouco comprovaria que todas as partículas surgiram dela.

Ou seja, mesmo que ele seja de fato encontrado, não se auto explica sua própria existência, então isso não prova nem o inicio de tudo e tão pouco que o universo não foi criado. Uma curiosidade importante é de que o nome Partícula de Deus, não tem qualquer vinculação e o título surgiu por características comercias, na qual o nome original seria partícula deus, para demonstrar que esta partícula é a causa de todas as outras,  até mesmo porque sustentando este título, "partícula de Deus", partimos do pressuposto de que Deus colocou sua partícula lá, o que seria logicamente uma contradição da própria teoria!

 Um boa explicação pode ser vista pelo professor Adauto Lourenço no vídeo abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=W8BOaCxmYaE

Nós sabemos que o nosso Deus, das Escrituras,
é soberano sobre toda a criação.
Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas!

Em Cristo

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Cometi pecados horríveis, será que Deus me perdoa?... A Bíblia Responde #38



Ola estou muito preocupada,mais no passado cometi pecados horríveis, já nasci em um lar cristão mais caí em uns pecados. Hoje não os cometo mais porem não me sinto perdoada, será que Deus me perdoa? Cometi muitos erros na minha vida E além disso não tenho certeza da minha salvação. Eu já aceitei a Jesus e me batizei mais não tenho certeza, só tenho duvidas. Gostaria de fazer a oração de aceitar ao senhor de novo, o que tenho que dizer? E eu tenho problema com o lesbianismo. Vejo vídeos na internet as vezes de garotas se beijando para saciar minha vontade. Já me envolvi com uma garota. O que tenho medo é que decidi que queria deixar o homossexualismo, porem eu só quero isso porque sei que é pecado e não porque eu realmente queria. Se fosse permitido eu já estaria vivendo a homossexualidade.

Olá, espero verdadeiramente poder te ajudar em todas as suas dúvidas, leia com atenção e calma todo o texto.

Durante séculos, a questão da segurança de salvação tem despertado controvérsia na igreja. Muitas igrejas têm chegado ao ponto de questionar se esta segurança é realmente atingível.

A teologia reformada, que eu aconselho você a querer conhecer mais sobre ela, ensina não somente que podemos saber hoje que estamos num estado de graça, mas também que podemos ter plena segurança de que estaremos nesse mesmo estado no tempo de nossa morte.

Se você for a um culto de evangelização ou assistir a um desses cultos na televisão, talvez veja inúmeras pessoas indo a frente da igreja em resposta à chamado do evangelho. Devemos nos perguntar quantas dessas decisões por Cristo são verdadeiras conversões e quantas delas são decisões emocionais momentâneas. Pessoas gostam do que ouvem nesses acontecimentos e podem ser induzidas emocionalmente a fazer uma decisão de seguir a Cristo. Todavia, um fato estabelecido é a realidade de que muitos daqueles que vêm à frente em cultos de evangelização logo abandonam todo o seu compromisso. A sua resposta impulsiva é, frequentemente, infundada.

É evidente que há muitos que respondem à mensagem do evangelho com alegria, mas, por fim, não permanecem na fé. Nem todo que ouve a Palavra de Deus é salvo, e isso também é verdadeiro a respeito de muitos que respondem inicialmente ao evangelho. Aqueles que são verdadeiramente salvos são aqueles que demonstram serem praticantes da Palavra. Quando a semente produz raízes e cresce, há frutos.

No que diz respeito à segurança de salvação, há quatro tipo de pessoas no mundo. Toda pessoa que vive nesse mundo, incluindo eu e você, podemos ser incluídos numa dessas categorias. As categorias são:

1) PESSOAS QUE SÃO SALVAS E SABEM DISSO

Essas pessoas têm plena segurança de que se acham num estado de graça. Isto é uma questão resolvidas para elas.

Quando falamos de segurança de salvação, não estamos falando sobre certeza matemática, como uma crença na ideia de que dois mais dois são quatro. Estamos falando sobre segurança de um estado pessoal, e a intensidade dessa segurança vacila de um dia para outro. Há altos e baixos na vida cristã.

No entanto, a verdadeira segurança sobrevive às dúvidas, pois, ela está baseada em mais do que sentimentos. A pessoa dessa categoria tem um fundamento sobre o qual ela pode dizer: “Sei em que tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar meu depósito até aquele dia” (2Tm 1:12).

2) PESSOAS QUE SÃO SALVA, MAS NÃO O SABEM

É possível uma pessoa estar num estado de graça e, apesar disso, não possuir plena segurança de que está nesse estado.

Na igreja, temos uma tendência de tornar nossas experiências normativas para todos. Pessoas que tiveram conversões repentinas, dramáticas, como a de Paulo na estrada para Damasco, das quais podem ser indicados o dia e a hora, suspeitam às vezes de pessoas que não tiveram esse tipo de experiência. Elas questionam se uma pessoa que não pode indicar o dia e a hora específicos pode ser realmente uma cristão. Ao mesmo tempo, aqueles que não sabem o dia e a hora suspeitam, às vezes, daqueles que afirmam que sabem exatamente quando creram pela primeira vez. Mas a verdade é esta: em nenhuma de suas passagens, a Escritura diz que temos de saber o tempo exato de nossa conversão.

É nesse ponto que as coisas se complicam e se tornam problemáticas. Ninguém é meio regenerado ou semi regenerado: ou você é nascido do Espírito, ou não é. A regeneração, que é a obra de Deus pela qual somos transportados do reino das trevas para o reino da luz, é uma obra real de conversão e acontece instantaneamente pela obra do Espírito Santo. Portanto, ou uma pessoa está nesta condição, ou não. Não há um processo de regeneração, ela é instantânea.

Na verdade, uma das coisas mais perigosas que podemos fazer como cristãos é determinar nossa teologia por nossa experiência, porque a experiência de ninguém é normativa para a vida cristã. Temos de determinar nossa teologia a partir da Palavra de Deus, e não do que sentimos. Não somente isso, somos propensos a entender mal e a interpretar mal o significado e a importância das experiências que passamos. É por essa razão que somos chamados a examinar nossas experiências à luz das Escrituras, para definirmos a nossa fé pelo que as Escrituras dizem, e não pelo que sentimos em nossa experiência. Se a nossa segurança na salvação descansa numa experiência e não na Palavra de Deus, estamos convidando todo o tipo de dúvidas a nos atacar em nossa peregrinação. Precisamos buscar o autêntico conhecimento de nossa salvação, e não experiências entusiastas e vagas.

3) PESSOAS QUE NÃO SÃO SALVAS E SABEM DISSO

Paulo nos diz em Romanos 1 que pessoas não precisam estar expostas à pregação bíblica para serem cientes de sua condição de perdidos. Por meio da revelação natural de Deus, visto que ele escreve sua lei no coração das pessoas e implanta a Palavra na mente humana por meio da consciência, as pessoas sabem que são culpáveis por seu comportamento e que estão sem comunhão com seu Criador.

É muito difícil acreditar nisso, mas há pessoas que não estão salvas e sabem disso. Elas sabem que não estão em um estado de graça, que estão fora da comunhão com Deus e alienadas dele. Podemos dizer que elas têm uma forma negativa de segurança.

4) PESSOAS QUE NÃO SÃO SALVAS E NÃO O SABEM

Esta categoria consiste de pessoas que não estão num estado de graça, mas acham que estão. Em resumo, elas têm uma falsa segurança.

Como é possível haver uma falsa segurança? Como as pessoas chegam a um falso senso de segurança? Há vários problemas diferentes, mas eles se reduzem basicamente a dois. O primeiro problema é entender errado as exigências para a salvação. As pessoas podem compreender de modo errado o que a salvação exige, erros como o universalismo e o legalismo. O segundo problema surge quando uma pessoa tem um entendimento correto do que a salvação exige, mas está enganada quanto a satisfazer essas exigências.


A FONTE DA PLENA SEGURANÇA

As pessoas têm um péssimo entendimento do que significa ser nascido de novo. Se perguntadas, elas dizem: “Uma pessoa nascida de novo é alguém que fez a oração para aceitar Jesus”. No entanto essa oração não é um indicativo verdadeiro de que uma pessoa nasceu de novo.

Ser nascido de novo significa ser mudado pela operação sobrenatural de Deus, o Espírito Santo. Entender isso é crucial para a nossa certeza da salvação.

O que acontece na regeneração? Qual a mudança realizada pela obra do Espírito em nossa alma?

Por natureza, as Escrituras nos dizem, estamos em inimizade para com Deus, e a palavra “inimizade” é uma descrição de uma atitude hostil. Antes de sermos regenerados, não tínhamos inclinação para com as coisas de Deus. Não tínhamos afeição genuína por Cristo; não havia amor a Deus em nosso coração.

Então, como podemos saber que somos regenerados?

VOCÊ AMA A JESUS? Antes de você responder essa pergunta, estou lhe perguntando sobre o seu amor pelo Cristo da Bíblia, o Cristo que encontramos nas páginas das Escrituras Sagradas. Por que digo isso? É possível alguém amar uma caricatura de Jesus e não o próprio Jesus. Então quando pergunto se você ama a Jesus? Não estou perguntando se você ama o Cristo que é um herói para os adolescentes ou o Cristo que é um excelente mestre de moralidade. Estou lhe perguntando se você ama o Cristo que aparece nas Escrituras.

Ora, se você responder “Sim” a essa pergunta, aqui entra teologia. É IMPOSSÍVEL uma pessoa não regenerada ter qualquer afeição verdadeira por Cristo. A afeição por Cristo é resultado da obra do Espírito. E isso é o que está envolvido na regeneração. Isso é o que o Espírito Santo faz em vivificar uma pessoa.

Deus, o Espírito Santo, muda a disposição de nossa alma e a inclinação do nosso coração. Antes da regeneração, éramos insensíveis, hostis ou indiferente às coisas de Deus; porque estávamos na carne, e a carne não ama as coisas de Deus.

Portanto, se você respondeu “Sim”, quando lhe perguntei sobre seu amor por Jesus, embora não ame a Jesus tanto quanto deveria, ou seja, perfeitamente, isso me assegura que o Espírito fez a sua obra transformadora na sua alma. Isto é assim porque não temos em nossa carne o poder de produzir qualquer afeição verdadeira por Cristo.

E a demonstração pública do nosso amor verdadeiro por Cristo vem através do nosso comprometimento com Ele e a sua Palavra, amando e guardando os seus mandamentos.

Esqueça a necessidade de realizar uma “oração de aceitação”, é Cristo quem nos aceita e não nós que demos aceitá-lo em nossas vidas, nós devemos é viver de maneira que diga que de fato amamos a Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador.

Leia mais sobre “aceitar Jesus” aqui: http://www.gotquestions.org/Portugues/Salvador-pessoal.html

Não sei se exagerei quanto ao assunto segurança de salvação, peço perdão se fui por demais cansativo. Quero agora tentar ser mais breve quanto aos demais assuntos.

Quero tratar com você agora a questão da culpa.

Sobre isso quero exaltar O PODER DO PERDÃO:

Jesus achou Maria Madalena, que era uma prostituta, e a purificou, dando-lhe de volta sua pureza e feminilidade. Esse é o poder do perdão, pois o que acontece no perdão, de acordo com as Escrituras, é renovação.

A resposta de Deus não é pintar um “A” vermelho em seu tórax e fazer-lhe andar pela comunidade em vergonha e embaraço, como a mulher que os fariseus apanharam em adultério. A resposta para a culpa é sempre o perdão.

A única coisa que eu sei que pode curar a culpa autêntica é o perdão autêntico. Você confessou a mim o seu pecado, e isso é ótimo. Posso dizer-lhe: Deus a abençoe. Mas o que você precisa fazer é ficar sozinha, dobrar os joelhos e contar a Deus o que fez. Diga-lhe que você está muito triste pelo que fez e peça-lhe que a perdoe e purifique.

Tenho certeza que quando você orar a Deus e confessar seu pecado você experimentará o perdão de Cristo, não apenas num sentido simbólico, mas de maneira real.


Para finalizar saiba que a Bíblia não diz que estaríamos livres de lutar contra o pecado, pelo contrário, diz que seríamos tentados, mas junto com a tentação Deus providenciaria o livramento, e que nenhuma tentação é pesada demais que não possamos suportar.

Creio que você já identificou a área de sua vida onde você é mais tentada. Lute contra ela, procure Cristo sempre que se sentir tentada, ore e medite nas Escrituras nesses momentos. Identifique os momentos, os horários, as companhias que fazem você ser tentada. Evite essas situações e companhias.

Os verdadeiros seguidores de Jesus pecam, mas não amam o pecado. Exatamente quando pecam, odeiam o que fazem. Creio que você pode vencer o pecado por meio de uma confiança e de uma dependência constante em Jesus e no poder do Espírito Santo.

Não se torne escrava do seu pecado. Satanás quer que você peque e quer que esse pecado destrua você, sua família, sua saúde e, por último, a leve para o castigo eterno junto com ele. Somente por meio de Jesus você pode ser redimida.

Quero indicar alguns livros que podem te ajudar e que usei para tentar te ajudar.

1 – Morte por Amor – Mark Driscoll & Gerry Breshears – Ed. Tempo de Colheita
2 – Posso Saber se Sou Salvo? - R.C.Sproul – Ed.Fiel
3 – O Que Posso Fazer com Minha Culpa – Ed. Fiel

Que Deus te abençoe.

domingo, 4 de maio de 2014

A Importância dos Salmos na Vida Cristã



A Importância dos Salmos na Vida Cristã

As Escrituras descrevem várias orações feitas por pessoas a Deus, e a importância que tem a oração na vida cristã, todavia, não poderíamos desconectar o estudo e leitura das Escrituras, fazendo uso da frase de A.W. Tozer, conta que certa vez viu um homem perguntando a outro qual seria mais importante: Orar ou ler a Bíblia? Ele respondeu: O que é mais importante a um pássaro, a asa direita ou a esquerda?

Entendemos então que a vida cristã saudável deve ser recheada de oração e labuta, fazendo uso dos reformadores, que ensinavam que a vida do cristão deve ter o ''binônimo orare et labutare: Orare, porque a Bíblia é divina, porque somos pecadores, porque Deus é muito diferente de nós. Pela oração buscamos a iluminação do Espírito. Labutare, porque a Bíblia , como literatura produzida por seres humanos num determinado contexto, numa outra cultura e numa outra época, é humana, e está distante de nós, o que provoca a necessidade de estudo.''[1]

Sendo assim, como podemos aprender a orar de maneira que o próprio Deus aprove?

O Senhor Jesus, ensinou para seus discípulos a oração conhecida do Pai Nosso (Mt 6. 9-14; Lc 11. 1-4), com intuito de dar uma direção de como se deve orar e não somente de repetição, porque o próprio Jesus, antes de ensinar a oração, condenou as vãs repetições (Mt 6.7), mas como podemos aprender mais sobre a oração?

Existe algum livro na Bíblia em que poderíamos nos debruçar de maneira mais profunda?

Sabemos que toda a Escritura é divinamente inspirada, útil para ensinos, exortação, correção, instrução na justiça (2 Tm 3.16), todavia, falando mais especificamente, onde podemos aprender de forma mais profunda sobre como deveríamos nos direcionar a Deus?

O livro dos Salmos nos traz esta resposta, podemos nos juntar em oração a todos estes que expressaram nas Escrituras inspiradas, de maneira singular os seus sentimentos, necessidades, alegrias e desejos, segundo as palavras de João Calvino: “Tenho por costume denominar este livro- e creio não de forma incorreta- de: Uma Anatomia de Todas as Partes da Alma, pois não há sequer uma emoção da qual alguém por ventura não tenha participado que não esteja aí representada como num espelho.”[2]

Lutero: “Uma mini-bíblia e sumário do Velho Testamento” e ainda Melanchthon: “A mais elegante obra existente no mundo” [3]

Por isso, um entendimento um pouco mais denso  do Saltério é de extrema importância para a vida cristã e é o que demonstraremos como ajuda, mas sabendo que este tema traz muito mais profundas constatações:

1-Qual o estilo literário e composição dos Salmos?

No texto hebraico, a coleção completa dos Salmos chama-se “louvores”, A septuaginta, tradução grega do AT, chamou-a de Salmos, o verbo grego, de onde o substantivo Salmos deriva, indica basicamente, tocar ou ranger cordas, o que sugere uma associação com acompanhamento musical. O título em português deriva do grego. [4]

“O Livro dos Salmos, são uma coletânea de orações e hinos inspirados hebraicos, e são de grande beneficio para o crente que deseja ter ajuda da Bíblia para expressar alegrias e tristezas, sucessos e fracassos, esperanças e pesares.”[5]

Os Salmos se encaixam no que chamamos de livros poéticos, sendo que a principal constituição da poesia hebraica era formada pelo paralelismo [6]. Também que o vocabulário da poesia era muito tratado de forma metafórica e símile, compreender isso será de grande valia para meditação e oração.

“Devemos lembrar que os Salmos tratam da mente através do coração, boa parte de sua linguagem é intencionalmente emotiva.”[7] Os Salmos tanto podem ser recebidos como o Livro de Cânticos para o povo de Deus como igualmente um manual de oração completo.

2- Quais são os tipos de Salmos?

Entre tantos Salmos eles podem ser classificados de diversas maneiras, mas primariamente são divididos em 5 livros [8] e dentre eles encontramos subdivididos em 7 tipos, sendo que louvor, lamentos e ações de graças são os mais comuns:

2.1-Salmos de Lamentação

As lamentações repassam pela maior parte dos Salmos, há mais de 60, incluindo lamentações individuais (3, 22, 31, 39, 42, 57, 71, 120, 139, 142) e coletivas (12, 44, 80, 94, 137). Estes levam a pessoa a expressar diante de Deus suas lutas, sofrimento e ou decepção. Fazendo isso de maneira individual ou para um grupo maior de pessoas, coletivamente. [9]O lamento é facilmente reconhecido pelo teor do Salmo. È um cântico de desorientação, abandono, angústia e sofrimento. Qual pessoa nunca passou por esta situação?

As dificuldades vêm de três fontes e podem ser classificados de acordo com base na origem da dificuldade, no entanto não é incomum todos os três estarem presentes no mesmo Salmo.

1.1- A dificuldade pode vir do inimigo, sendo este humano e procura prejudicar e muitas vezes até mesmo matar o salmista (Sl 57,4).
1.2- A dificuldade pode vir do próprio salmista, ele reage com fraqueza a dor que experimenta (Sl 22.14-15).
1.3- Mas, a pior de todas as dificuldades é a luta com o próprio Deus, onde o salmista se sente abandonado por Deus em meio a sua duvida, dor ou preocupação (Sl 102,9-10). [10]

Dentre as lamentações, encontramos as partes que chamamos de "Salmos imprecatórios", que contêm verbalizações diante de Deus da nossa ira, e o desejo pelo castigo. O contexto destes Salmos fica melhor compreendido, lembrando que muitas vezes nos Salmos a associação do Rei e com seu povo era inseparável, o que acontecia com o Rei acontecia com seu povo, em certos momentos, esta ligação é feita com o próprio Cristo, sendo assim, como mediador representante de Deus na terra, Davi orava da perspectiva que esses inimigos não ofendiam somente a ele, mas também ao povo de Deus e ao próprio Deus.
 Em outras palavras aprender a colocar diante de Deus todas as situações, porque Ele é justo juiz, capaz de julgar retamente, em vez de nós tornarmos a pagar o mal com o mal (Rom 12.19). Exemplos de Salmos Imprecatórios (7,35,40, 55,58-59,69,79,109)

Embora pareça contraditório com os ensinos de Jesus, sobre amar o inimigo, em nada se contradiz, porque erroneamente as pessoas tendem a igualar o “amor” com “ter um sentimento caloroso para com”. No entanto o ensino de Jesus diz respeito ao que você faz em prol daquela pessoa, não como você se sente em relação, isso é o que demonstra amor (Lc 10.25-37).

O Salmos conhecidos como "Penitenciais" também fazem parte do grupo dos Salmos de Lamentação, geralmente estão inseridos dentro da lamentação pelo pecado.

2.2-Salmos de Ações de Graças

Estes Salmos apresentam semelhanças aos de lamento em sua forma, porque se dividem em individuais (18, 30, 32, 34, 40, 66, 92, 116, 118,138) e 6 comunitários (65, 67, 75, 107, 124, 136), mas totalmente opostos nas circunstâncias, porque eles servem para expressar a alegria diante do Senhor por sua proteção, fidelidade e bondade.

“Ele é intimamente ligado ao Hino e em geral soa como um hino no inicio. A grande diferença pode ser vista no foco específico do louvor, onde o salmista louva o Senhor pelo livramento.”[11]

2.3-Salmos de Hinos de louvor

Estes Salmos se centralizam no louvor a Deus, por causa de quem Ele é, pela sua grandeza, sendo louvado como Criador do universo (8, 19, 104, 148) protetor e benfeitor de Israel (66, 100, 111, 114, 149) e ainda Senhor da história (33, 103, 113, 117, 145-147).

Deus merece todo louvor e embora o lamento seja mais frequente nos Salmos, o hino é quem domina o tom do Saltério. Uma constatação que podemos ver dizem respeito a que os hinos não aparecem muito no começo do Saltério, mas tem uma crescente principalmente nos cinco finais, conhecidos como a grande doxologia.(145-150)

É interessante notar como o salmista seguidamente justifica o louvor, como citado acima, por quem Deus é, fez e sustenta. O hino pode ser reconhecido pelo seu tom exuberante de louvor, convidando outros a se juntarem a ele nesta tarefa maravilhosa de louvar a Deus.

2.4-Salmos da História da Salvação

Também chamados de Salmos de recordação, estes relatam as preces atendidas por Deus no passado (78, 105, 106, 135, 136), principalmente o ato da libertação do povo no Egito e a Sua criação dele como povo. De certa forma, esta lembrança dos grandes atos feitos por Deus, são lembranças que constroem a confiança ainda maior em Deus.

“Existem muito Salmos de lamentação, hinos que chama atenção para os atos de libertação divina, então é de se esperar que alguns Salmos sejam agrupados em um gênero com base em seu interesse nos grandes atos redentores de Deus no passado.”[12]

2.5-Salmos de Celebração e Afirmação

Podemos incluir nesta categoria vários tipos de Salmos:

5.1- O de renovação da aliança, (50, 81) que tem objetivo de levar o povo de Deus para uma renovação da aliança que Ele fez no monte Sinai. O Salmo 89 e o 132são categorizados como sendo Salmos Davídicos de aliança, e sabendo que esta linhagem leva ao nascimento de nosso Senhor, esses Salmos oferecem o pano de fundo para Seu ministério messiânico.

5.2-Salmos Reais (2,18,20,21,45,72,101,110,144) onde um deles (18) é um Salmo de ação de graças reais e um (144) é uma lamentação real.

“Sem tentar delinear cada Salmo que emana da corte real, precisamos reconhecer dois tipos de Salmos da realeza no Saltério: 1- Os que exaltam Deus como Rei (Sl 98.1) e 2- Os que exaltam o governante de Israel como rei”(Sl 21.1-4).[13]

5.3-Salmos de entronização (24, 29, 47, 93, 95-99) é provável que estes celebrassem a entronização do rei no Israel antigo, que talvez fosse repetida anualmente, alguns tem argumentado que representa a própria entronização do Senhor.

5.4-Cânticos de Sião, ou de Jerusalém (46,48,76,84,87,122). De acordo com as predições de Deus através de Moisés para os Israelitas enquanto estivesse no deserto (Dt 12), Jerusalém veio a ser o centro de Israel, o lugar do templo edificado e do trono de Davi, também vista como cidade santa recebe atenção especial nestes cânticos, visto que o NT se utiliza muito do símbolo de uma Nova Jerusalém (o céu) estes Salmos são muito uteis na adoração e oração.[14]

2.6-Salmos de Sabedoria

Entre o Saltério, existem também Salmos classificados como literatura de sabedoria (1, 36,37, 49,73, 112, 119, 127, 128, 133), em sua essência ele traz as acentuadas antíteses entre o sábio e o tolo, o justo e o ímpio, o Salmo 1 funciona como a porta de entrada para a adoração de Deus, outro fato é a estreita relação entre a sabedoria e a lei. Estes Salmos podem ser relacionados como a instrução de Deus para uma vida reta diante dele.

2.7-Salmos de Cânticos de Confiança

Também classificado como Salmos de confiança, (11, 16, 23, 27, 62, 91, 121, 125, 131) seu próprio nome já sugere, são recordações que o adorador expressa em Deus como seu protetor, estas declarações também estão contidas nos hinos e lamentos, mas assume um papel predominante nestes Salmos, este gênero é notável pelo uso de metáforas de Deus como refugio. Mesmo em tempos de desespero, podemos confiar em Deus em dias bons ou maus.

4-Composição dos Salmos

Na perspectiva divina, o saltério aponta Deus como seu autor. Considerando a autoria a partir do lado humano, pode se identificar mais de 7 autores [15]. São atribuídos a Davi quase metade dos Salmos 73 ao todo, Moisés escreveu um (Sl 90) Salomão escreveu dois (72 e 127), os filhos de Asafe 12 vezes (Sl 50;73-83) e filhos de Coré também escreveram 10 vezes (42; 44-49; 84-85; 89) e Jedutum (4 vezes).

5-Período dos Salmos

O Livro do Salmos foi o livro do Antigo testamento mais usado no novo testamento, ele atravessa por praticamente todo o Antigo testamento e é de difícil definição precisa porque os Salmos individuais não podem ser datados especificamente, mas ele se estende de Moisés, 1410 a.c, até ao período pós-exílico do final do século 6 ou inicio do século 5, abrangendo 900 anos da história judaica. Apesar disso, historicamente falando, o Salmos abrange o período da origem da vida até a alegria pós-exílio dos judeus libertados da Babilônia. Poderiam ser divididos de duas formas:

1- Os atos de Deus na criação e história e 2- A história de Israel [16]. Ele foi citado no Novo Testamente, inclusive pelo próprio Jesus (Mt 27.46), por Paulo diversas vezes no livro de Romanos, diversas vezes pelo autor de Hebreus, também no livro de Atos e o evangelho de João, somando assim mais de 60 citações no Novo Testamento.

Sendo assim, podemos tirar lições valiosas para nós hoje, porque os Salmos nos ensinam a ter um relacionamento sincero com Deus em seus próprios termos, os Salmos nos dirigem em adoração não somente sincera mas com orientação e os Salmos nos remetem a meditar nas maravilhas, riquezas, misericórdias das coisas que Deus fez para nós, tornando assim um caderno de orações onde o próprio Deus nos ensina como podemos nos dirigir a Ele com sua própria palavra.

Também nos ajuda a entender que a vida do cristão nem sempre será fácil e sem tribulações, pelo contrário, nos leva a aprender que o sofrimento é uma coisa praticamente certa na vida de um cristão genuíno, mas nos conduz a um caminho de confiança, esperança e alegria em meio as dificuldades e sofrimento, pois aquele que começou a boa obra é fiel para cumpri-la em nos ate o dia do nosso Senhor Jesus. (Fp 1.6)

Em Cristo

Guinho

Notas


[1] - Retirado do texto Augustos Nicodemus, sobre interpretação histórica gramatical
http://www.escolacharlesspurgeon.com.br/nav/pregacoes/texto.cshtml?categoria=teologicas&id=113
[2] - Salmos Volume1- João Calvino- Editora Fiel pág. 27
[3] - Salmos Volume 1- João Calvino- Editora Fiel pág. 13
[4] - Biblia Estudo Macarthur pág, 678 SBB
[5] - Entendes o que lês?- Gordon D. Fee &Douglas Stuart- Edições Vida Nova pág. 175
[6] - O paralelismo era a principal forma na poesia hebraica, método muito usado para ensino e ele era dividido entre outras formas como SINONIMICO, onde a segunda ou linha subsequente, repete ou reforça o sentido da primeira linha,(Sl 2.1) ANTITÈTICO, onde a segunda ou linha subsequente, contrasta o pensamento da primeira (Sl 1.6) e o CLIMATICO, onde a segunda linha ou subsequente acrescenta algo a primeira fornecendo mais informação (Sl 29.1-2) e QUIASTICO onde as unidades lógicas são desenvolvidas em um padrão A...B...B...A ex. Salmo 1.2.
[7] - Entendes o que lês?- Gordon D. Fee &Douglas Stuart- Edições Vida Nova pág. 177
[8] - Divisão do Saltério: Livro 1-Salmos 1-41; Livro 2-Salmos 42-72; Livro 3-Salmos 73-89; Livro 4- Salmos 90-106 e o Livro 5-Salmos 107-150
[9] - Entendes o que lês?- Gordon D. Fee &Douglas Stuart- Edições Vida Nova pág.182
[10] - Introdução ao AT-Raymond b. Dillard & Tremper Longman III-Vida Nova pág-209-210
[11] - Introdução ao AT-Raymond b. Dillard & Tremper Longman III-Vida Nova pág-211
[12] - Entende o que lês? -Gordon D. Fee & Douglas Stuart- Edições Vida Nova pág.-183
[13] - Introdução ao AT-Raymond b. Dillard & Tremper Longman III-Vida Nova pág-214
[14] - Entende o que lês? -Gordon D. Fee & Douglas Stuart- Edições Vida Nova pág.-184
[15] - Biblia Estudo Macarthur- pág 678 SBB
[16] - Biblia Estudo Macarthur- pág 678 SBB